quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Entrevista com o inventor das Xylobands




Em entrevista feita pelo site oficial do Coldplay no início de mês, Jason Regler, o idealizador das  Xylobands (as pulseiras que acendem nos shows da Mylo Xyloto Tour),  fala sobre as histórias por trás de sua criação, o sucesso da idéia e os planos futuros. Confira no ”Leia Mais” a tradução da entrevista.

O fã do Coldplay, Jason Regler, inventou as pulseiras Xyloband que se tornaram uma parte tão incrível dos shows Mylo Xyloto ao vivo – e que aparecem no novo vídeo Charlie Brown. Demos-lhe voz para descobrir mais.
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Oi Jason, como você está?

Estou bem, obrigado. Apenas pensando sobre o que está por vir com as Xylobands.

Vamos começar pelo começo. Como você conheceu o Coldplay?

A ligação original veio através de compra de ingressos para ir ao show Crisis em Newcastle, porque meu filho sempre quis vê-los. Mas não chegamos lá por causa da neve.

Oh não!

Sim, meu filho ficou desolado, então entrei em contato com Crisis e perguntei se havia algum jeito de podermos ir para algo mais. E eis que recebi um e-mail de Phil Harvey e ele perguntou se queríamos assistir a banda ensaiar. Então nós fizemos isso e eu resolvi ser corajoso e lhe falar sobre uma idéia que eu tinha há muito tempo para o Coldplay. Que foi sobre a pulseira. E tudo isso foi a partir daí.

Quando você teve a idéia?

Em 2005, quando o Coldplay tocou no Festival de Glastonbury. Eu lembro que estava passando por alguns dias tristes e os vi em Fix You. E foi uma sensação de união entre todos, bem como o verso “lights will guide you home {Luzes vão te guiar para casa}”. Foi quando a idéia de uma pulseira veio à mente.

Então, elas foram inventadas especificamente com o Coldplay em mente?
Absolutamente. Eu ainda tenho minhas dúvidas se isso realmente funcionaria para alguém mais. Eu sinto que Paradise, Charlie Brown e MX são tão perfeitas para elas, realmente. Como o Chris disse, é muito estranho como ele escreveu uma letra muito tempo atrás sobre brilhar no escuro e depois, de repente, tudo se junta e temos pulseiras que fazem  nas pessoas exatamente isso.

Qual é sua experiência então? Você sempre foi um inventor?

Bem, quando eu saí da escola fui trabalhar com um negócio de conserto de veículos da família, mas depois de 17 anos, percebi que não era eu, e que eu gostava de fazer as coisas, consertar e criar coisas. Então foi aí que me aventurei em mim mesmo. E consegui provar que eu poderia ter uma idéia e tirá-la de minha mente e ela ser bem sucedida. Acabei por trabalhar para Disney, Jim Henson, Sesame Street e Sony.

Então, quando você conheceu Phil, ele foi imediatamente receptivo à idéia das pulseiras?

Definitivamente. Ele é alguém que precisa ser louvado nesta história. Foi ele quem viu o potencial e aproveitou a chance. Nós estávamos conversando e eu estava dizendo que teria um ano difícil. Mas naquela época a banda estava terminando o álbum e a prioridade era, obviamente, continuar com isso. E então, de repente, um dia recebi um e-mail de Phil dizendo que ele estava conversando com Chris sobre mim. Ele queria saber quando eu poderia começar a procurar a produção das pulseiras.

Com a idéia de que o show Madrid UNSTAGED seria sua estréia?

Exatamente. Foi uma sensação de nervos à flôr da pele. Tinhamos um produto novo e que não foi testado. Sabíamos o que poderia ser feito, mas tinhamos que colocá-lo no palco com o Coldplay neste enorme show no YouTube e espear que desse certo.

Vocês não ensaiaram?

Não, pulamos direto ao propósito final. Todos diziam que estávamos loucos. As pulseiras só chegaram em Madri na manhã do show em uma van que as trouxe do Reino Unido durante a noite, no momento em que chegaram lá da China. Phil e eu descemos do hotel para o local carregando uma enorme quantidade de pulseiras e eu disse a ele que eu estava me cagando. Ele foi ótimo. Ele apenas disse “É o que é. Nós fazemos isso agora. Vamos ver”. Então, foi uma noite realmente assustadora, mas funcionou.

Deve ter sido um alívio.

Absolutamente. Após o show, eu não tinha idéia que a banda tinha pensado nisso. Mas quando voltei para o hotel e vi meu telefone lá em cima, havia uma mensagem de Chris agradecendo, dizendo que era a coisa mais linda que já tinha visto e que ele queria fazer novamente.

Então, havia a chance de que elas poderiam ir mais longe que Madrid?

Sim, exatamente. Estávamos negociando, mas nada era concreto e combinado antes.

Mas, obviamente, acabou sendo em toda a turnê.

Sim.Foi na pressa. O que fizemos e a rapidez com que foi feito é muito inédito, realmente. Foi além da loucura. Mas nós fizemos.

Como elas foram fabricadas?

Você consegue sua equipe de pessoas aqui para projetá-las e fazer um protótipo, passa um pouco de tempo em teste e então, você entrega para um fabricante chinês.

Então, como elas funcionam?

Basicamente, são pulseiras que funcionam com ondas de radiofrequência. Elas têm um receptor para receber os dados que dizem como e quando devem piscar, basicamente.

Quão longe vocês podem transmitir?

Eu acho que no momento podemos ir até 300 metros. Daí a história da senhora que morava perto da gravação de vídeo de Charlie Brown, que tinha ido a um show e de repente descobriu que sua pulseira estava piscando de novo!

Ah sim, as Xylobands tem um lugar de destaque no vídeo de Charlie Brown.

Sim, e eu acho que o vídeo vai ficar incrível. Eles tinham cerca de 20 dançarinos com pinturas de neon e colocamos quatro ou cinco pulseiras em cada braço. Então, eles estavam definitivamente brilhando no escuro. Parecia muito legal.

Poderia ser feito em uma área maior?

É uma boa pergunta. Não testamos isso ainda. 300 metros é um longo espaço. Mas adoraria ser capaz de fazer em um grande festival um dia. Algo como Glastonbury é o sonho. Mas você poderia sempre ter vários transmissores. Seria incrível ver esse momento de unidade que as Xylobands parecem criar, nesse tipo de escala.

É incrível ouvir o rugido do momento em que eles começam no início de cada show.

Definitivamente. Mesmo se você assistir a filmagem do show X Factor você pode ouvir um barulho enorme quando eles aparecem.

Já houve algum problema com elas?

Não, geralmente tem ido bem. Quando tem uma unidade com defeito estranho – com algum item elétrico- mas isso não tem sido um grande problema. E o retorno tem sido incrível. É quase difícil imaginar Charlie Brown viver sem as pulseiras agora. Elas fazem a música parecer tão viva e saltitante.

A performance no X Fator deve ter sido outro grande momento.

Oh totalmente. Era um sonho de produção, a maneira como fizeram. Parecia incrível.





Muitos fãs têm perguntado se eles podem fazer as pulseiras funcionarem em casa?
Não no momento. Estamos procurando um produto que funcione em casa, mas a principal preocupação é ativá-las em casa, e estragar o efeito.

É teoricamente possível que alguém faça um transmissor como o seu que corresponda ao seu sinal?

Possivelmente. Mas colocamos código e outras coisas lá também, para parar com isso. Mas seria possível mudar sua bateria e trazer de volta para outro show.

Há um monte de datas na agenda para 2012. É a idéia de levar as pulseiras para toda a turnê?

Acredito que sim. A encomenda é em grande número . Estamos vendo mais de um milhão de peças.

Você vai estar lá para a coisa toda?

Estamos vendo isso no momento. Sou um homem de família, então eu tenho que equilibrar tudo. Há um monte de datas. Estamos discutindo isso.

Mas você gostou de estar em turnê em dezembro?

Oh, foi brilhante. Foi legal ver pessoas se divertindo com o que estamos fazendo – a banda e o público. Eu adorei.

Você tem planos para futuros ajustes e mudanças nas pulseiras?

Sim, nós gostaríamos de fazer algo um pouco mais sob medida para casa. Estamos olhando para o futuro. O sonho seria a criação de um evento global com as pulseiras – quase como uma ola global. Apenas aproximar as pessoas e deixá-las se divertir um pouco. Outro sonho seria que a banda poderia fazer um show na internet e nós poderíamos fornecer às pessoas um pequeno dispositivo de baixo custo que piscaria da mesma maneira como para as pessoas que estivessem no show. Estamos também tentando ver se podemos fazer formas diferentes dentro da multidão e esse tipo de coisa. Há definitivamente um monte de possibilidades.

E você está comercializando as Xylobands para outras empresas?

Bem, a banda não quer a experiência diluída para o Coldplay, então vamos ver. Mas eu penso que veremos algumas organizações usando-as para outros tipos de eventos.



Vocês têm algum tipo de patente sobre elas?
Sim. Temos um acordo que cobre a marca de design sobre elas, proteção de patentes e os direitos de propriedade intelectual. Então, estamos bem protegidos. Acreditamos que é um produto que pertence ao Coldplay e a nós, por isso, se as pessoas querem fazer por si próprios, eles têm que encontrar uma maneira diferente de fazê-lo.

Parece que 2011 foi um ano muito louco por você.
Bem, começou sem nenhuma noção do que ia acontecer no final, isso é certo. Se você me disesse que eu estaria voando em um avião com o Coldplay e me sentindo como o homem mais feliz do mundo, eu teria dito que você estava fora de si. Quando tive essa idéia, eu estava sentado em um quarto escuro, tinha terminado com uma ex, com resentimentos e melancolia, e Chris cantando: “Quando você perde algo que não pode substituir, preso no inverso “. Era certamente o que eu sentia! E, em seguida, “Luzes vão te guiar para casa” foi o que realmente enganchou para as pulseiras. Na verdade, o primeiro show que fizemos as Xylobands, de repente, começou a piscar de próprio acordo, quando ele cantou esse verso. Isso foi muito estranho! Um monte de tudo isso pareceu destino, para ser honesto. Mas eu sou incrivelmente grato e agradecido a Phil e a banda por me dar esta chance.

Você tem alguma dica para aspirantes a inventores?

Acreditar, acreditar, acreditar. Nunca desistir da crença em si mesmo e se você tentar, você vai chegar lá um dia, com certeza.

Última pergunta, que você colocou alguma pulseira em sua árvore de Natal este ano?

Haha! Bem, nós certamente já nos divertimos com elas em casa.


Para mais informações sobre as Xylobands veja, Xylobands.com

Fonte: Viva Coldplay


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