terça-feira, 6 de março de 2012

Chris Martin descreve sua experiência com o U2 para a revista Rolling Stone

A revista Rolling Stone mais uma vez publicou seus clássicos rankings de “os 100 maiores artistas de todos os tempos”. Infelizmente não foi dessa vez que o Coldplay entrou na lista, porém tivemos a participação do vocalista Chris Martin que redigiu o texto sobre U2(22º do ranking) para a revista. Chris fala sobre sua relação com o U2, como a banda esteve presente na sua infância e elogia a postura correta e ativista de Bono. Clique no ‘Leia Mais’ para ler o texto completo.
U2 por Chris Martin – Não compro passagens para passar o final de semana na Irlanda em frente à casa deles, mas o U2 é a única banda cujo repertório inteiro conheço de cor. A primeira faixa de The Unforgettable Fire, A Sort of Homecoming, sei de trás para frente – é tão empolgante, brilhante e linda. É uma das primeiras músicas que toquei para o bebê antes de ele nascer. O primeiro álbum do U2 que ouvi foi Achtung Baby. Era 1991, e eu tinha então 14 anos de idade. Daquele ponto em diante, comecei o caminho inverso – a cada seis meses, eu comprava um disco do U2. O som dos quais eles foram pioneiros – o baixo e a bateria conduzindo por baixo daquelas trilhas de guitarra etéreas e cheias de efeito flutuando por cima do resto – era diferente de tudo que eu já havia ouvido. Pode ser que eles sejam a única banda boa especializada em hinos em todos os tempos. O que mais adoro no U2 é que a banda é mais importante do que qualquer uma de suas músicas ou álbuns. Adoro o fato de que eles ainda são grandes companheiros e que cada um deles desempenha um papel integral na vida do outro enquanto amigos. Adoro o modo como eles são insubstituíveis. O U2 – como o Coldplay – mantém que todas as músicas que aparecem em seus álbuns sejam creditadas para a banda. E eles são a única banda com mais de 30 anos de existência sem mudanças de membros ou grandes separações. É incrível que a maior banda do mundo tenha tanta integridade e paixão em sua música. Nossa sociedade está totalmente ferrada, a fama é uma perda de tempo ridícula e a cultura da celebridade é nojenta. Há poucas pessoas por aí valentes o suficiente para se manifestar contra isso, que usam a fama de um modo bom. E a cada vez que tento, sinto-me como um idiota, porque vejo Bono conseguindo realizar coisas. Enquanto todo mundo estava xingando George Bush, Bono foi o cara que bateu nas costas de Bush e conseguiu bilhões de dólares para a África. As pessoas podem ser tão cínicas – elas não gostam de quem faz o bem – mas a atitude de Bono é: ‘Não me importo com o que acham, vou falar.’ Ele conseguiu tanto com o Greenpeace, em Sarajevo, no show, exigindo o fechamento da usina nuclear de Sellafield, e continua topando o desafio. Quando chegou a hora de o Coldplay pensar sobre o comércio justo, seguimos seu exemplo de falar a respeito independentemente do que os outros pudessem pensar. Foi isso o que aprendemos com o U2: você tem que ser corajoso o suficiente para ser você mesmo.”

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